sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Ciências - 3º Bimestre de 2016 - Turma 801

Fisioterapia com videogame acelera recuperação de pacientes em Maceió

Segundo coordenador do setor, recuperação chega a ser 50% mais rápida.
Jogos foram adotados este ano, e já beneficiaram cerca de 100 pacientes.

Antes acusados de incentivar ao sedentarismo, os videogames atualmente convidam o jogador a movimentar o corpo todo ou até mesmo jogar fora de casa. E como eles se tornaram muito populares, começaram a chamar a atenção para outros usos além da diversão.

No Hospital Geral do Estado (HGE), os games se tornaram parceiros nos tratamentos de fisioterapia desde janeiro deste ano, e segundo o coordenador do setor, a recuperação tem sido até 50% mais rápida, dependendo do caso.

A reabilitação de alguns pacientes das unidades de Dor Toráxica (UDT), de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica e de Acidente Vascular Cerebral (AVC) passou a incluir partidas de Nintendo Wii. O jogo estimula que os usuários movimentem os braços para realizar ações que são repetidas pelos personagens na tela.

G1 acompanhou parte da sessão de tratamento de um dos pacientes da unidade de AVC. O padeiro Osvaldo Oliveira dos Santos, 63, havia dado entrada no HGE em 16 de setembro. No dia da internação, ele acordou sem sentir o lado esquerdo do corpo, e também não conseguia falar.
Em cerca de uma semana de tratamento, derrotando adversários virtuais, ele já havia recuperado os movimentos e a fala. Uma vitória no jogo e na vida. “Nunca tinha jogado essas coisas. Tô achando muito bom, porque enquanto jogo, vou melhorando e posso voltar logo para casa”, conta o seu Osvaldo.
De acordo com o coordenador da fisioterapia do HGE, Gabriel Alves, desde janeiro, aproximadamente 100 atendimentos com o uso do videogame foram realizados. Segundo ele, a adesão dos pacientes tem sido alta.
O padeiro Osvaldo havia perdid os movimentos do lado esquerdo do corpo após um AVC. Ele se recuperou em cerca de uma semana (Foto: Derek Gustavo/G1)
Padeiro Osvaldo havia perdido os movimentos do lado esquerdo do corpo após um AVC. Em cerca de uma semana jogando, o tratamento apresentou grandes resultados (Foto: Derek Gustavo/G1)
“A fisioterapia é repetitiva e monótona. Além disso, o ambiente hospitalar é avesso ao que os pacientes têm em casa. Eles ficam o tempo todo internos, e só têm interação com o meio exterior quando a família vem visitar. O videogame acaba sendo um tipo de escape, que trabalha não só a parte motora, mas também a questão psicológica e cognitiva”, afirma Alves.

O fisioterapeuta explica também que os videogames foram introduzidos no tratamento por volta de 2008, no Canadá. O tratamento chegou ao Brasil em 2013, e neste ano, no HGE. Para participar desse tipo de tratamento, primeiro os pacientes são estabilizados e depois avaliados pela equipe de fisioterapeutas. As sessões de jogo são acompanhadas por profissionais treinados

De acordo com o coordenador da fisioterapia do HGE, recuperação dos pacientes que recebem tratamento com o videogame chega a ser 50% mais rápida (Foto: Derek Gustavo/G1)“O videogame acaba acelerando a recuperação, fazendo com que o paciente retorne o mais rápido possível às suas atividades diárias e funcionais. A recuperação, dependendo do caso, é até 50% mais rápida. Temos até casos de pacientes que, quando recebem alta, perguntam como podem continuar jogando em casa”, conta Alves.

O uso do videogame, entretanto, não substituiu os tratamentos tradicionais da fisioterapia. A neurologista Simone Silveira, coordenadora da unidade de AVC do HGE, explica que o objetivo é contribuir com o tratamento tradicional na recuperação dos pacientes.

“Esse tratamento é um adicional. Ele trabalha alguns sistemas, como o nervoso, que é bastante estimulado. Contudo, um método não exclui o outro, já que sua aplicação depende de cada caso. A fisioterapia tradicional ainda é muito importante, já que alguns pacientes precisam de cuidados mais específicos. O videogame veio para agregar, e isso é sempre positivo”, conclui Simone.

Sem custos
O HGE tem apenas um videogame, que roda pelos setores do hospital quando algum paciente precisa utilizá-lo. O aparelho foi uma doação da cunhada do coordenador da fisioterapia.

“Quando assumimos a coordenação, pensamos em como utilizar o videogame. Procurei minha cunhada, e ela acabou doando o aparelho. Depois disso, precisamos pensar onde iríamos colocá-lo. Demos uma procurada no depósito da Sesau [Secretaria de Estado da Saúde] e encontramos um pé de ventilador. Soldamos isso a uma base para a TV, e pronto. Tínhamos o nosso equipamento”, relata Gabriel Alves.

Comentários – Meus pais já fizeram muitas vezes fisioterapia. Eles sempre reclamaram que o tratamento é demorado e muito chato. Já joguei várias vezes o videogame Nitendo Wii e sei que é muito divertido e precisa de coordenação motora e muita energia. Adorei a ideia de utilizar um videogame em um tratamento médico.

Fonte - http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/09/fisioterapia-com-videogame-acelera-recuperacao-de-pacientes-em-maceio.html