Fisioterapia
com videogame acelera recuperação de pacientes em Maceió
Segundo coordenador do setor, recuperação chega a ser 50% mais rápida.
Jogos foram adotados este ano, e já beneficiaram cerca de 100 pacientes.
Antes acusados de incentivar
ao sedentarismo, os videogames atualmente convidam o jogador a movimentar o
corpo todo ou até mesmo jogar fora de casa. E como eles se tornaram muito
populares, começaram a chamar a atenção para outros usos além da diversão.
No Hospital Geral do Estado
(HGE), os games se tornaram parceiros nos tratamentos de fisioterapia desde
janeiro deste ano, e segundo o coordenador do setor, a recuperação tem sido até
50% mais rápida, dependendo do caso.
A reabilitação de alguns
pacientes das unidades de Dor Toráxica (UDT), de Tratamento Intensivo (UTI)
Pediátrica e de Acidente Vascular Cerebral (AVC) passou a incluir partidas de Nintendo Wii. O
jogo estimula que os usuários movimentem os braços para realizar ações que são
repetidas pelos personagens na tela.
O G1 acompanhou
parte da sessão de tratamento de um dos pacientes da unidade de AVC. O padeiro
Osvaldo Oliveira dos Santos, 63, havia dado entrada no HGE em 16 de setembro.
No dia da internação, ele acordou sem sentir o lado esquerdo do corpo, e também
não conseguia falar.
Em cerca de uma semana de
tratamento, derrotando adversários virtuais, ele já havia recuperado os
movimentos e a fala. Uma vitória no jogo e na vida. “Nunca tinha jogado essas
coisas. Tô achando muito bom, porque enquanto jogo, vou melhorando e posso voltar
logo para casa”, conta o seu Osvaldo.
De acordo com o coordenador
da fisioterapia do HGE, Gabriel Alves, desde janeiro, aproximadamente 100
atendimentos com o uso do videogame foram realizados. Segundo ele, a adesão dos
pacientes tem sido alta.

Padeiro Osvaldo havia perdido os
movimentos do lado esquerdo do corpo após um AVC. Em cerca de uma semana
jogando, o tratamento apresentou grandes resultados (Foto: Derek Gustavo/G1)
“A fisioterapia é repetitiva
e monótona. Além disso, o ambiente hospitalar é avesso ao que os pacientes têm
em casa. Eles ficam o tempo todo internos, e só têm interação com o meio
exterior quando a família vem visitar. O videogame acaba sendo um tipo de
escape, que trabalha não só a parte motora, mas também a questão psicológica e
cognitiva”, afirma Alves.
O fisioterapeuta explica
também que os videogames foram introduzidos no tratamento por volta de 2008, no
Canadá. O tratamento chegou ao Brasil em 2013, e neste ano, no HGE. Para
participar desse tipo de tratamento, primeiro os pacientes são estabilizados e
depois avaliados pela equipe de fisioterapeutas. As sessões de jogo são
acompanhadas por profissionais treinados

O uso do videogame, entretanto, não substituiu os
tratamentos tradicionais da fisioterapia. A neurologista Simone Silveira,
coordenadora da unidade de AVC do HGE, explica que o objetivo é contribuir com
o tratamento tradicional na recuperação dos pacientes.
“Esse tratamento é um adicional. Ele trabalha alguns
sistemas, como o nervoso, que é bastante estimulado. Contudo, um método não
exclui o outro, já que sua aplicação depende de cada caso. A fisioterapia
tradicional ainda é muito importante, já que alguns pacientes precisam de
cuidados mais específicos. O videogame veio para agregar, e isso é sempre
positivo”, conclui Simone.
Sem custos
O HGE tem apenas um videogame, que roda pelos setores
do hospital quando algum paciente precisa utilizá-lo. O aparelho foi uma doação
da cunhada do coordenador da fisioterapia.
“Quando assumimos a coordenação, pensamos em como
utilizar o videogame. Procurei minha cunhada, e ela acabou doando o aparelho.
Depois disso, precisamos pensar onde iríamos colocá-lo. Demos uma procurada no
depósito da Sesau [Secretaria de Estado da Saúde] e encontramos um pé de
ventilador. Soldamos isso a uma base para a TV, e pronto. Tínhamos o nosso
equipamento”, relata Gabriel Alves.
Comentários – Meus pais já fizeram muitas
vezes fisioterapia. Eles sempre reclamaram que o tratamento é demorado e muito
chato. Já joguei várias vezes o videogame Nitendo Wii e sei que é muito
divertido e precisa de coordenação motora e muita energia. Adorei a ideia de
utilizar um videogame em um tratamento médico.
Fonte - http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/09/fisioterapia-com-videogame-acelera-recuperacao-de-pacientes-em-maceio.html