Fundação combate arboviroses na Ilha do Governador
A Fiocruz promoveu entrevista coletiva nesta terça-feira (29/8), para divulgar e explicar a liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em larga escala no município do Rio de Janeiro. À frente do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, o pesquisador Luciano Moreira lembrou que a iniciativa começou na Austrália e está em mais de 40 localidades ao redor do planeta. Moreira disse que a liberação é completamente segura e que a população dos dez bairros da Ilha do Governador onde os mosquitos serão liberados foi devidamente informada, por meio de visitas e da ação de agentes comunitários de saúde. Não há qualquer risco para os moradores, já que a Wolbachia não infecta seres humanos. Segundo o pesquisador, serão soltos 1,6 milhão de mosquitos Aedes aegypti modificados, contendo a bactéria, que reduz significativamente a propagação do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya. A estratégia utiliza produtos naturais de forma segura e autossustentável, com todos os princípios éticos respeitados e validados por órgãos de regulação e controle.

Moreira afirmou que a liberação depois seguirá para outros bairros da Zona Norte e em seguida para o Centro e a Zona Sul, regiões nas quais o projeto deverá chegar até o fim de 2018, numa área que tem cerca de 2,5 milhões de habitantes. “O projeto foi muito bem recebido pela população da Ilha e isso foi confirmado por pesquisas de opinião que fizemos. O engajamento comunitário é bem significativo”, comentou. A liberação em larga escala começa pelos bairros de Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pitangueiras, Praia da Bandeira, Cocotá, Bancários, Freguesia, Tauá e Moneró.
Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, “este é um dia especial para o Rio, em um ano especial para nós, pois em 2017 lembramos o centenário da morte do patrono Oswaldo Cruz e o legado que ele nos deixou. Oswaldo Cruz, no início do século 20, também lidou com doenças transmitidas por mosquitos, como a febre amarela. São problemas que mais de um século depois ainda enfrentamos, devido à ausência de políticas ambientais e de saneamento”. Nísia disse que o projeto é sustentável, não tem fins lucrativos e está a serviço do Sistema Único de Saúde e da população. “A aceitação e o engajamento das comunidades são de grande importância e nos dão imensa satisfação”. A presidente lembrou que a missão da Fiocruz é inovar em ciência e tecnologia e que o projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil é mais um passo nesse sentido.
A subsecretária-geral de Saúde do município do Rio de Janeiro, Beatriz Busch, disse na coletiva que a expansão do projeto causará grande impacto no combate às arboviroses no Rio. Para ela, “chama a atenção a aceitação pública das comunidades inseridas na iniciativa e a sustentabilidade do Eliminar a Dengue. Estamos otimistas”. Ela ressaltou, no entanto, a necessidade de a população não esmorecer a manter o combate ao Aedes aegypti, cuidando de suas residências, eliminando focos e tomando precauções.
Soltura dos mosquitos
Depois da entrevista coletiva no Castelo da Fiocruz, houve a soltura dos mosquitos com Wolbachia, na Clínica da Família Wilma Costa, no bairro do Cocotá, na Ilha do Governador. Os responsáveis por abrir o primeiro recipiente com os mosquitos a serem soltos foram os agentes comunitários de saúde Luis Antônio de Oliveira e Gracileide Pereira Mota.

Após fazer a primeira soltura, Oliveira reforçou a importância dos agentes comunitários para prevenir doenças transmitidas por mosquitos. “Independentemente da soltura dos mosquitos com a Wolbachia, que é um projeto que tem dado certo, é muito importante que se mantenham as precauções: tirar água dos pneus, manter o ambiente limpo e capinar os quintais”.
Segundo Gracileide, a proximidade que os agentes têm com a população torna a aceitação do projeto mais fácil. “Os moradores, depois que explicamos a soltura dos mosquitos, aceitam muito bem”.
“A Ilha foi a área mais afetada na última epidemia de dengue [em 2015] no Rio de Janeiro. Então, quando a Fiocruz trouxe a possibilidade de um aliado no combate às arboviroses, nós abraçamos a causa e entendemos que o desafio é também da sociedade”, afirmou o estudante e morador do local Luan Ferreira.
Fonte: https://agencia.fiocruz.br/fundacao-combate-arboviroses-na-ilha-do-governador
Comentários - Fiquei muito feliz em saber que essa experiência foi realizada na Ilha do Governador. Pensando bem, eu tenho ouvido falar de pessoas doentes pela minha vizinhança. Acho que já deu resultado, parabéns Fiocruz.
Comentários - Fiquei muito feliz em saber que essa experiência foi realizada na Ilha do Governador. Pensando bem, eu tenho ouvido falar de pessoas doentes pela minha vizinhança. Acho que já deu resultado, parabéns Fiocruz.