sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Ética e Cidadania - 4º Bimestre de 2016 - Turma 801


Marcelo Ramasine e o GEID Alimenta





 Marcelo Ramasine, presidente do GEID, Grupo de Estudos Integrais Demétrios, com sede na Ilha do Governador (RJ), criou o projeto social GEID Alimenta, que transforma mensalmente mais de 10 toneladas de alimentos que iriam para o lixo. Toda quinta-feira, o Hortifruti Unidade Ilha do Governador e o supermercado EXTRA sedem ao Gedi Alimenta produtos alimentícios considerados fora dos padrões de consumo para o seus consumidores finais. Com a ajuda de voluntários, todos os alimentos arrecadados passam por uma triagem, depois são higienizados, cortados e transformados em bolos, tortas, geleias, pães, sopas, cestas verdes, doces e compotas caseiras, e direcionados gratuitamente a mais de 500 pessoas carentes. Além disso, Marcelo criou o programa Desperdício Zero, no qual as sobras do que é transformado viram adubo e compostagem aproveitadas na horta orgânica mantida pela instituição.

Valor Atemporal – Defina o GEID
Marcelo Ramasine –Somos uma entidade civil, social, caritativa, filantrópica, de natureza universalista, sem fins lucrativos, sem distinção de raças, religião, credo, sexo ou tendência partidária, que se empenha para dar assistência material e psicossocial a milhares de famílias necessitadas e aos cidadãos insulanos em geral, isso desde 1988. Estamos há 27 anos no mercado investindo, incansavelmente, em ações do foro social. Ao longo desses anos, nos consolidamos como um agente atento às necessidades da população, criando programas que contemplem a assistência social, a saúde, a cultura e a educação num esforço contínuo e compartilhado com nossos fieis voluntários, que acreditam que somar é multiplicar.

Quando foi o start do Projeto Geid Alimenta? Tudo começou há 8 meses. Percebi em minhas compras mensais em mercados, que muitas pessoas manipulam a fruta, o legume, ensaiando técnicas de reconhecimento sobre estar bom ou não, podre ou não, apto ou não para o consumo. Vi que muito se desperdiçava, frutas no chão, sobrando nas prateleiras. Pensei quantas famílias e pessoas em extrema pobreza e fome, poderiam ser auxiliadas, como disse Paulo Freire…”Não dá pra raciocinar de barriga vazia…” Sai em busca de pessoas motivadas e não conformadas, como eu. Então, depois disso, nasceu o projeto.

Em pouco tempo de vida, vocês já foram premiados. Como foi isso? Com apenas 8 meses de funcionamento concorremos com mais de 80 empresas do mundo todo e ganhamos o 2º lugar no Prêmio Global de Engajamento Comunitário da Praxair, uma das maiores empresas de gases industriais do mundo, que opera em 40 países e é representada no Brasil pela White Martins. 

Somos um país que muito desperdiça alimentos. Como é feito o reaproveitamento? Desenvolvemos junto à comunidade carioca e uma centena de voluntários, a consciência integral de reaproveitamento de alimentos que são destinados ao lixo, classificados como rejeito, aquele mesmo que nós recusamos por pequeno amassado ou cicatriz. Recebemos os alimento de doações de empresas do setor de varejo e hortigranjeiros. O projeto possui várias fases distintas, entre elas coleta, triagem,  higienização, pré-seleção e produção de vários produtos, como doces, bolos, geleias, pães, sopas, compotas, etc. Tudo com distribuição gratuita para voluntários e comunidade, além das instituições cadastradas, absolutamente sem recursos.

10toneladas

E o que vocês fazem com a sobra dos alimentos recebidos? Para além do preparo dos alimentos, já iniciamos o projeto das hortas participativas comunitárias, que tem com base a agricultura orgânica, onde tudo que sobra do processo acima, é destinado a formar compostagem (técnica de reciclagem de lixo orgânico). Isso nos permite ter zero de perda.

Fonte - http://i1.wp.com/www.valoratemporal.com.br/site/wp-content/uploads/2016/04/Marcelo-Ramasine-e-equipe-Geid.jpg
Comentários - Como é bom saber que os alimentos que ficam muitas vezes de lado e são jogados fora, podem ser aproveitados por esse grupo religioso da Ilha do Governador. Poucos e ruins para uns são muitos e maravilhosos para muitos. 
Os alimentos precisam de bastante tempo para cultivar, tratar, colher, vender, transportar e serem colocados para os consumidores. E basta ter uma cara feia para serem jogadas fora em segundos.
Parabéns pela iniciativa.