Brasileira disputa vaga no
Parlamento britânico
Veja
só: uma brasileira de 45 anos disputa uma cadeira no Parlamento britânico na
eleição da próxima quinta-feira (7) no Reino Unido.

Ela
tem chances de vitória. Seu partido, o Liberal-Democrata, ocupou o posto de
1997 a 2005. Na última eleição, em 2010, o Partido Conservador levou a melhor
com 45% dos votos, ante 40% do candidato dos liberais-democratas.
Ela
viveu até os 25 anos no Brasil e, em 1995, decidiu tentar a vida na Inglaterra
-além da nacionalidade brasileira, tem a britânica. Nunca mais voltou para
casa. Mantém o português fluente, com leve toque de sotaque inglês.Paula
acredita que o crescimento do Ukip, a legenda de extrema direita que cresce
tirando votos dos conservadores, pode ajudá-la a ganhar a briga nas urnas.
"Minha
mãe é de Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo. Com 18 anos, em 1967,
veio morar na Inglaterra e conheceu meu pai. Decidiram que eu nasceria no
Brasil", contou à Folha. A família mora hoje em dia em
Campinas -seu pai é professor aposentado da Unicamp.
A
vida política dela começou em 2004, quando foi eleita vereadora em Bude,
pequena cidade de 9.000 habitantes na costa da Cornualha. Virou prefeita entre
2012 e 2013.
Agora,
quer convencer os 77 mil eleitores do distrito de Torridge e West Devon a
colocá-la em Westminster.
Na
eleição, o Reino Unido é dividido em 650 distritos, e o candidato mais votado
em cada um assume uma cadeira no Parlamento.
Desde
2010, o partido de Paula Dolphin, o Liberal-Democrata, faz a coalizão com os
conservadores no governo do premiê David Cameron.
As
projeções indicam que o cenário será fragmentado na quinta: o Conservador e o
Trabalhista, principal partido de oposição, não devem obter maioria e terão de
negociar apoios para governar.
Dá
para comparar a política britânica com a brasileira? "É muito diferente.
Cheguei a frequentar, no começo dos anos 90, reuniões da juventude do PSDB,
lembro do Mário Covas", diz a brasileira.
"Aqui,
o eleitor conhece seu candidato, a campanha é de porta em porta, mais
transparente", acrescenta Paula. "Tem corrupção? Não sou ingênua,
óbvio que deve ter, mas o poder não é concentrado nas mãos de poucas
pessoas", ressaltou.